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quarta-feira, 28 de outubro de 2009

ANIVERSÁRIANTE DO MÊS DE OUTUBRO



ROSILENE - DIA 26/10

A triste partida: Patativa do Assaré
Setembro passou
outubro e novembro
Já estamos em dezembro.
Meu Deus, que é de nós?
Assim fala o pobre
Do seco Nordeste,
Com medo da peste,
Da fome feroz.

A treze do mês
Ele fez experiência,
Perdeu sua crença
Nas pedras de sal.
Mas noutra experiência
Com gosto se agarra,
Pensando na barra
Do alegre Natal.

Rompeu-se o Natal,
Porém barra não veio,
O sol bem vermelho,
Nasceu muito além.
Na copa da mata,
Buzina a cigarra,
Ninguém vê a barra,
Pois a barra não tem.

Sem chuva na terra
Descamba janeiro,
Depois fevereiro
E o mesmo verão.
Entonce o roceiro
Pensando consigo,
Diz: “Isso é castigo!
Não chove mais não!”

Apela pra março,
Que é o mês preferido
Do santo querido.
Senhor São José.
Mas nada de chuva!
Tá tudo sem jeito,
Lhe foge do peito
O resto da fé.
Agora pensando
Seguir outra tria,
Chamando a família
Começa a dizer:
“Eu vendo meu burro,
Meu jegue e o cavalo,
Nós vamos a São Paulo
Viver ou morrer.”

Nós vamos a São Paulo,
Que a coisa está feia;
Por terras alheias
Nós vamos vagar.
Se o nosso destino
Não for tão mesquinho,
Pro mesmo cantinho
Nós torna a voltar.

E vende seu burro,
Jumento e o cavalo,
Até mesmo o galo
Venderam também,
Pois logo aparece
Feliz fazendeiro,
Por pouco dinheiro
Lhe compra o que tem.
Em cima do carro
Se junta a família;
Chegou o triste dia,
Já vai viajar.
A seca terrível,
Que tudo devora,
Lhe bota pra fora
Da terra natal.

O carro já corre
No topo da serra.
Olhando pra terra,
Seu berço, seu lar,
Aquele nortista,
Partido de pena,
De longe acena:
Adeus, Ceará!

No dia seguinte,
Já tudo enfadado,
E o carro embalado,
Veloz a correr,
Tão triste, coitado,
Falando saudoso,
O filho choroso
Exclama a dizer:
“De pena e saudade,
Papai sei que morro!
Meu pobre cachorro,
Quem dá de comer?”
Já outro pergunta:
“Mãezinha, e meu gato?
Com fome, sem trato,
Mimi vai morrer!”

E a linda pequena,
Tremendo de medo:
“Mamãe, meus brinquedos!
Meu pé de fulo!
Meu pé de roseira,
Coitado, ele seca!
E a minha boneca
Também lá ficou.”

E assim vão deixando,
Com choro e gemido,
Do berço querido
O céu lindo azul.
O pai pesaroso,
Nos filhos pensando,
E o carro rodando
Na estrada do Sul.

Chegaram em São Paulo
Sem cobre quebrado.
O pobre acanhado,
Procura um patrão.
Só vê cara estranha,
Da mais feia gente,
Tudo é diferente
Do caro torrão.

Trabalha dois anos,
Três ano e mais ano,
E sempre nos planos
De um dia ainda vim.
Mas nunca ele pode,
Só vive devendo.
E assim vai sofrendo
Tormento sem fim.

Se alguma notícia
Das bandas do Norte
Tem ele por sorte
O gosto de ouvir,
Lhe bate no peito
Saudade lhe molho,
E as águas nos olhos
Começa a cair.

Do mundo afastado,
Sofrendo desprezo,
Ali vive preso,
Devendo ao patrão.
O tempo rolando,
Vai dia e vem dia,
E aquela família
Não volta mais não!

Distante da terra
Tão seca, mas boa,
Exposto à garoa,
A lama e o pau
Faz pena o nortista,
Tão forte, tão bravo
Viver como escravo
Nas terras do Sul.

Setembro passou
outubro e novembro
Já estamos em dezembro.
Meu Deus, que é de nós?
Assim fala o pobre
Do seco Nordeste,
Com medo da peste,
Da fome feroz.

A treze do mês

Ele fez experiência,
Perdeu sua crença
Nas pedras de sal.
Mas noutra experiência
Com gosto se agarra,
Pensando na barra
Do alegre Natal.

Rompeu-se o Natal,

Porém barra não veio,
O sol bem vermelho,
Nasceu muito além.
Na copa da mata,
Buzina a cigarra,
Ninguém vê a barra,
Pois a barra não tem.

Sem chuva na terra

Descamba janeiro,
Depois fevereiro
E o mesmo verão.
Entonce o roceiro
Pensando consigo,
Diz: “Isso é castigo!
Não chove mais não!”

Apela pra março,

Que é o mês preferido
Do santo querido.
Senhor São José.
Mas nada de chuva!
Tá tudo sem jeito,
Lhe foge do peito
O resto da fé.
Agora pensando
Seguir outra tria,
Chamando a família
Começa a dizer:
“Eu vendo meu burro,
Meu jegue e o cavalo,
Nós vamos a São Paulo
Viver ou morrer.”

Nós vamos a São Paulo,

Que a coisa está feia;
Por terras alheias
Nós vamos vagar.
Se o nosso destino
Não for tão mesquinho,
Pro mesmo cantinho
Nós torna a voltar.

E vende seu burro,

Jumento e o cavalo,
Até mesmo o galo
Venderam também,
Pois logo aparece
Feliz fazendeiro,
Por pouco dinheiro
Lhe compra o que tem.
Em cima do carro
Se junta a família;
Chegou o triste dia,
Já vai viajar.
A seca terrível,
Que tudo devora,
Lhe bota pra fora
Da terra natal.

O carro já corre

No topo da serra.
Olhando pra terra,
Seu berço, seu lar,
Aquele nortista,
Partido de pena,
De longe acena:
Adeus, Ceará!

No dia seguinte,

Já tudo enfadado,
E o carro embalado,
Veloz a correr,
Tão triste, coitado,
Falando saudoso,
O filho choroso
Exclama a dizer:
“De pena e saudade,
Papai sei que morro!
Meu pobre cachorro,
Quem dá de comer?”
Já outro pergunta:
“Mãezinha, e meu gato?
Com fome, sem trato,
Mimi vai morrer!”

E a linda pequena,

Tremendo de medo:
“Mamãe, meus brinquedos!
Meu pé de fulo!
Meu pé de roseira,
Coitado, ele seca!
E a minha boneca
Também lá ficou.”

E assim vão deixando,

Com choro e gemido,
Do berço querido
O céu lindo azul.
O pai pesaroso,
Nos filhos pensando,
E o carro rodando
Na estrada do Sul.

Chegaram em São Paulo

Sem cobre quebrado.
O pobre acanhado,
Procura um patrão.
Só vê cara estranha,
Da mais feia gente,
Tudo é diferente
Do caro torrão.

Trabalha dois anos,

Três ano e mais ano,
E sempre nos planos
De um dia ainda vim.
Mas nunca ele pode,
Só vive devendo.
E assim vai sofrendo
Tormento sem fim.

Se alguma notícia

Das bandas do Norte
Tem ele por sorte
O gosto de ouvir,
Lhe bate no peito
Saudade lhe molho,
E as águas nos olhos
Começa a cair.

Do mundo afastado,

Sofrendo desprezo,
Ali vive preso,
Devendo ao patrão.
O tempo rolando,
Vai dia e vem dia,
E aquela família
Não volta mais não!

Distante da terra

Tão seca, mas boa,
Exposto à garoa,
A lama e o pau
Faz pena o nortista,
Tão forte, tão bravo
Viver como escravo
Nas terras do Sul.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

DESFILE DA ESCOLA NO PROFISSIONAL DE ARACATI!




 ESCOLA NO PROFISSIONAL DE ARACATI